as orquestras

Dentre os grupos artísticos mantidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro destacam-se, no campo da música instrumental, suas duas orquestras. A qualidade do trabalho que desenvolvem pode ser avaliada através das críticas elogiosas na imprensa especializada por seus concertos e gravações, assim como pela participação em alguns dos mais importantes eventos artísticos da cidade do Rio de Janeiro, levando consigo o nome da Escola de Música e da UFRJ.

o início

A atual formação das orquestras da UFRJ é fruto de uma longa história de atividades ininterruptas, iniciada em 1924 com a criação da Orquestra do Instituto Nacional de Música.

Reconhecida como um grupo de representação institucional pelo Decreto no 19.852 de 11 de abril de 1931, a UFRJ passou a contar com conjuntos sinfônicos responsáveis por inúmeros concertos em nome da instituição, apresentando-se em cerimônias oficiais, muitas vezes na presença de autoridades universitárias, chefes de Estado e Governo.

Com ensaios regulares, as orquestras da UFRJ são núcleos de formação por excelência dos principais músicos e regentes da cidade e um dos principais do país. Suas funções acadêmicas visam principalmente o treinamento e a formação de novos profissionais de orquestra, solistas e regentes, além de serem importantes veículos para a divulgação de obras dos compositores brasileiros jovens e já consagrados.

Orquestras - UFRJ
Orquestras - UFRJ

objetivos

Têm como principais finalidades o atendimento aos alunos de Graduação e Pós-Graduação em instrumentos, canto, composição e regência, assim como a realização de temporadas de concertos.

A primeira finalidade se dá através da disciplina Prática de Orquestra, inscrevendo-se aí nas atividades universitárias voltadas para o Ensino. No âmbito do ensino, realizam ainda intercâmbios regulares com outras instituições, recebendo alunos para formação complementar.

A segunda constitui-se no ciclo anual de eventos realizados na Escola de Música e em outros espaços culturais da cidade, que se caracteriza como uma atividade de Extensão. A encomenda e estreia de novas composições, assim como o resgate de obras do passado musical brasileiro, inserem os conjuntos no campo da Pesquisa. Como organismos destinados ao apoio de atividades acadêmicas, as orquestras são os veículos para o desenvolvimento de trabalhos relacionados à prática orquestral em diversos níveis.

integrantes

As orquestras são formadas por alunos dos cursos de bacharelado em instrumentos e músicos profissionais pertencentes ao quadro técnico-administrativo da UFRJ.

Os profissionais formam um núcleo básico de instrumentistas, ao qual se somam os alunos, cujo número é variável a cada semestre e tempo determinado de permanência nos conjuntos (oito semestres).

ensaios

Têm como local de ensaios e concertos o Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música, uma bela sala reconhecida pela excelência de sua acústica, com intensa atividade de concertos gratuitos. Apresentam-se também nas principais salas de concertos e teatros do Estado do Rio de Janeiro, como o Theatro Municipal, Cidade das Artes, Sala Cecília Meireles, Teatro Municipal de Niterói, Teatro D. Pedro de Petrópolis, assim como em espaços alternativos como o Auditório Horta Barbosa, da UFRJ, e Igrejas como a da Candelária, da Lapa e Antiga Sé.

linha do tempo

1848

Fundação do Conservatório de Música em 13 de agosto.

1890

O Conservatório se transforma em Instituto Nacional de Música

1913

Transferência do INM para a nova sede na Rua do Passeio, na Lapa.

1922

Inauguração da sala de concertos do INM.

1924

Fundação da Orquestra do INM, com primeiro concerto em 25 de setembro, sob a regência de Ernesto Ronchini.

1930

Concerto em 25 de abril, com a 3ª Sinfonia de Saint-Säens sob a batuta de Francisco Braga, para a reinauguração do órgão de tubos Sauer, transferido da antiga sede do INM. Estréia da suíte Reizado do Pastoreio, de Lorenzo Fernandez.

1931

Decreto 19.852, de 11 de abril, que tratava da organização da Universidade do Rio de Janeiro, determina a contratação de músicos por concurso.

1932-1936

Concertos sob a regência de Walter Burle Marx, Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Nicolino Milano e do maestro italiano Adriano Lualdi.

1937

A Lei nº 452, de 05 de julho, transforma a Universidade do Rio de Janeiro em Universidade do Brasil e altera o nome do Instituto Nacional de Música para Escola Nacional de Música. A orquestra passa a se chamar Orquestra Sinfônica da Escola Nacional de Música.

1938

Estréia das mulheres à frente da orquestra, com as regências de Joanídia Sodré e Cleofe Person de Mattos.

1939-1947

Consolidação da orquestra, com temporadas regulares e presença de solistas e regentes convidados.

1948

Concerto comemorativo do centenário de fundação da ENM, em 26 de agosto, marca a última apresentação de Lorenzo Fernandez, que morreria horas depois.

1949-1965

Primeira produção de ópera pela ENM, com Moema de Delgado de Carvalho encenada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência de Affonso Martinez Grau (1949). Inauguração do novo órgão Tamburini do Salão Leopoldo Miguez, com Antônio Silva como solista de concertos de Händel e Rheinberger (1954). Participação de diversos regentes e compositores como José Siqueira, Henrique Nirenberg, J. Octaviano, Newton Pádua, Henrique Morelenbaum, George Kaszas, Carlo Zecchi, Pablo Komlós, Souza Lima, Eleazar de Carvalho e Mário Tavares.

1965

A Lei nº 4.759 altera o nome da Universidade do Brasil para Universidade Federal do Rio de Janeiro.

1967

Os professores Raphael Baptista, José Siqueira e Eleazar de Carvalho, reestruturam a orquestra, que passa a ser organizada a partir das classes de Prática de Orquestra. O conjunto passa a se chamar Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFRJ (ORSEM).

1979

Raphael Baptista assume como regente titular, tendo Roberto Duarte como assistente e Else Baptista como spalla e coordenadora.

1980

Roberto Duarte é designado regente titular. Gravação de LP com obras de José Maurício Nunes Garcia.

1988

São contratados os primeiros músicos profissionais após reestruturação da ORSEM.

1991

Primeira participação na Bienal de Música Brasileira Contemporânea. Produzido o primeiro CD da ORSEM, “Música Brasileira – Vol. I”.

1994

Última temporada com Roberto Duarte como titular da ORSEM. Ernani Aguiar assume como regente titular.

1997

Gravação da ópera Colombo, de Carlos Gomes, primeiro registro integral da peça, sob a regência de Ernani Aguiar.

1998

Prêmio APCA de “Melhor CD” e Prêmio Sharp de melhor CD de “música erudita para Colombo. André Cardoso assume por concurso a disciplina Prática de Orquestra e passa a dividir a titularidade da ORSEM com Ernani Aguiar.

2000

Concerto no Theatro Municipal comemora os 80 anos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com a estréia da Cantata “A Era do Conhecimento” de Edino Krieger, sob a regência de André Cardoso.

2005

Por decisão da direção da EM a disciplina Prática de Orquestra é desvinculada da ORSEM, o que é revertido no final do ano. O Departamento de Música de Conjunto, com apoio da Reitoria da universidade, renomeia o conjunto como Orquestra Sinfônica da UFRJ.

2006

Criação da Orquestra de Sopros da UFRJ pelo Departamento de Música de Conjunto.

2007-2016

Participações regulares das orquestras nas Bienais de Música Brasileira Contemporânea, no Festival Villa-Lobos e na série Brasiliana da Academia Brasileira de Música. Orquestras recebem regentes e solistas internacionais como Guillermo Scarabino, Martin Schmidt, Will Sanders, Shawn Smith, Ana Vidovic (violão), Ugo Orlandi (bandolim), Anthony Flint, Albrecht Breuninger e Ryu Goto (violino). Primeiro CD da Orquestra de Sopros, com obras de Villa-Lobos e regência de Marcelo Jardim (2009).

2017

A OSUFRJ apresenta pela primeira vez apresenta uma obra de Gustav Mahler, a Sinfonia nº 4, sob regência de Felipe Prazeres, e recebe como convidado o pianista Nelson Freire em Momoprecoce de Villa-Lobos, sob a regência de Roberto Tibiriçá.
Estréia de obras de João Guilherme Ripper, Ricardo Tacuchian, Wellington Gomes, Dimitri Cervo, Edson Zampronha e Helder Oliveira durante a XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea.

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